domingo, 7 de novembro de 2010

André Novais Oliveira - Entrevista


André Novais Oliveira mora em Contagem-MG, é estudante de História e curtametragista, faz parte da produtora Filmes de Plástico, junto com seus amigos Gabriel Martins e Maurílio Martins. Já participou de várias mostras e festivais de cinema brasileiro, entre eles o Festival internacional de Curtas de São Paulo, a Mostra de Cinema de Tiradentes e o Festival Brasileiro de Cinema Universitário. Entre seus prêmios destacam-se o de Melhor Vídeo no 12º Vitória Cine Vídeo e Melhor Curta Metragem em super8, no Festival Gramado Super8 com o filme Uma homenagem a Aluízio Neto; e com o seu último filme Fantasmas o Melhor Filme no 3º MIAU (Mostra Independente do Audiovisual Universitário), Menção Honrosa na 9º Mostra do Filme Livre Melhor Filme no VII PUTZ e o Melhor Filme Prêmio ABCV - VI Panorama Internacional Coisa de Cinema.
Filmes: 
  • Uma homenagem a Aluízio Neto (2004)
  • A Mulher que sabia demais (2005)
  • Um dia meio parado (2006)
  • 150 Miligramas (2009)
  • Fantasmas (2009)

Em entrevista por e-mail com André Novais Oliveira, levantamos algumas questões sobre editais e prêmios no campo audiovisual. Não poderíamos deixar de fazer algumas perguntas que diz respeito a sua obra, mais especificamente o seu último filme Fantasmas.
Entrevista:
Assunto: Editais e Prêmios - Divisões: Pré e Pós.
Pré:
Qual é a sua opinião sobre editais e leis de incentivo de cinema e audiovisual? Realmente é uma forma de democratização e acesso a produção cultural?

São extremamente importantes para o cinema brasileiro. Cada um possui seu problema e especificidade, mas o problema maior é que são poucos contemplados, comparado ao enorme número de inscritos. É uma forma democrática, pois todos podem tentar, mas claro, poucos conseguem.

Quais editais e prêmios de cinema e audiovisual você considera mais expressivos? E dentre os que você já participou?

Em nível federal podemos citar os editais do Ministério da Cultura e em Minas Gerais temos o Filme em Minas. Já fiz a inscrição para os dois e mais tantos outros, mas não fui selecionado, mas o negócio é continuar tentando...

Quais são suas maiores dificuldades encontradas no processo de inscrição de um edital?

A preguiça. A inscrição é um processo demorado, exige certo tempo e muita atenção. Mas quando se acredita realmente no projeto se consegue ir até o fim, fazer a inscrição e torcer pra que seja contemplado.

O Fantasmas, seu último filme, foi produzido sem nenhuma lei de incentivo ou prêmio de edital. Como você vislumbra essa forma independente de se fazer cinema no Brasil?

Acho que tende a crescer, principalmente pelas facilidades de câmeras digitais que ajudam no barateamento das produções.

Pós:
Qual o maior obstáculo para um curta ser exibido em um festival?

Ter coragem de exibi-lo. Muitos curtas ficam engavetados depois de prontos por falta de coragem de mandá-lo para os festivais. Se não é selecionado nos primeiros festivais que mandou é importante ter persistência.

O fato de já ter sido premiado e/ou participado de festivais ajuda ser selecionado em outros festivais?

Pode ajudar pois o curta pode chamar mais atenção e ser visto com outros olhos por curadores de outros festivais.
Depois dos prêmios, fica a saudade ou prevalece a vontade de fazer um novo curta?

Fica a vontade de fazer mais. Principalmente assistindo tantos curtas nos festivais onde eu passo. Parece que a cabeça se movimenta e formam-se novas idéias para outros filmes.

Como sabemos, o Fantasmas tem tido bastante prestígio por parte da crítica; e tem percorrido várias regiões do Brasil trazendo na bagagem importantes prêmios. Fazendo uma retrospectiva da sua, já significativa, filmografia, como você classifica o filme e enxerga toda essa repercussão?

Além de ficar muito feliz fico muito surpreso. Realmente não esperava que o filme fosse selecionado em tantos festivais. Acho que o Fantasmas serviu para eu ter certeza da importância de falar de coisas bem próximas e importantes pra mim. Acho que é algo que foi surgindo aos poucos dentro da Filmes de Plástico, ou seja, essa coisa de tentar ser cada vez mais sincero com relação ao nosso jeito de viver, ao nosso cotidiano e ao nosso próprio espaço geográfico.

Qual a importância da internet no processo de produção e divulgação para diretores iniciantes? Você percebe algum fator negativo nesse mundo virtual?

A internet ajuda e tende a ajudar cada vez mais na divulgação dos filmes. Os festivais são a principal janela para o curta metragem, que geralmente é a porta de entrada para o cineasta iniciante, mais a internet com certeza ajuda muito na exibição. Sites como Porta Curtas, Curta o Curta, Youtube, Vimeo são ótimas formas de divulgação para o curta metragem. Não percebo nenhum fator negativo na internet nesse ponto, pelo contrário, tende a melhorar.

Como cinéfilos e aspirantes, somos entusiastas da sua obra. É muito inspirador ver a galera de Belo Horizonte e Contagem fazendo seus filmes e participando de mostras e festivais. Sem querer cair em um velho clichê, que horizonte você apontaria para iniciantes?

Sem querer também cair em um clichê, mas acho que o principal mesmo é fazer filmes. Faculdades de cinema são importantes e podem ajudar, mas não são o único caminho. Há outros cursos que ajudam a ter uma base necessária para se fazer determinados filmes, mas o autodidatismo, ajuda de amigos, pesquisas, leituras diversas também são muito importantes. Mas o importante mesmo é ter coragem, persistência, curiosidade para aprender e muita vontade para se produzir.

Agradecemos a sua atenção e disponibilidade de nos ceder essa entrevista. Desejamos sorte para o Fantasmas e também para os seus futuros projetos.

Grande abraço

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